Coaching ou Consultoria?!
- Irina Alpalhao
- 20 de set. de 2019
- 3 min de leitura
Nos últimos anos temos vindo a verificar uma crescente procura do Coaching por parte das empresas portuguesas e até, muitas vezes, de profissionais, a nível particular.
Este conceito confunde-se muitas vezes com o conceito mais tradicional de Consultoria.

Há que, por isso, dissecar o termo e as suas definições e aplicações.
Voltando atrás no tempo e à génese do termo – COACHING é uma palavra que existe desde a idade média e que era utilizada para designar os condutores de carruagens. Os cocheiros (quem conduz o coche) conduziam os seus passageiros ao destino pretendido.
Mais tarde, já no séc. XIX, o termo passou a ser utilizado nas universidades, aplicado aos professores e mestres e tinha o significado, que agora atribuímos aos tutores. Desta vez, a função não era conduzir passageiros do local A para o local B mas sim auxiliar os alunos nos testes e exames.
Já no séc. XX, o termo “coach” foi utilizado como referência à competência de gerir pessoas.
Aqui começa a utilização do termo mais próxima ao que é o seu conceito atualmente - utilização de técnicas de desenvolvimento pessoal, valorização das competências pessoais e com vista à evolução contínua.
Esta palavra é ainda utilizada no mundo desportivo para o “coach”, ou seja, alguém que motiva os atletas.
Coach/ Coaching representa a técnica em que o atleta toma consciência que o seu adversário não é o seu oponente, mas sim as suas próprias limitações e fraquezas. Desta forma, estas devem ser superadas de modo a evitar que hábitos mentais possam inibir o bom desempenho do atleta.
Esta técnica, aplicada a desportos como ténis ou o Ski, e o sucesso que a mesma representou, fez com que fosse notada por profissionais do mundo empresarial e deste modo transposta para as organizações.
O coaching, tal como é definido nos nossos dias, é comummente utilizado no desenvolvimento pessoal e profissional e aplicado em gestão de pessoas (capital humano). Trata-se de uma metodologia que visa alcançar objetivos específicos, desenvolver competências e atingir resultados de excelência.
Esta metodologia permite ainda um aumento significativo da motivação e produtividade do profissional, bem como uma melhoria na interação dentro das equipas e da comunicação.
Sendo as empresas constituídas por pessoas e sendo estas pessoas que constroem as boas e menos boas organizações, é imperativo que cada colaborador dê o seu melhor. Para tal, é mandatório que a liderança seja efetiva e que o ambiente de trabalho seja motivador e potenciador de desenvolvimento profissional. É precisamente nesta área que surge o denominado Coaching Executivo.
De acordo com Timothy Gallwey, " Coaching é uma relação de parceria que revela e liberta o potencial das pessoas de forma a maximizar o desempenho …”
Sendo um processo de acompanhamento individualizado que apoia os executivos a desenvolver as suas competências e a concretizar os seus objectivos, tem como principais destinatários os elementos da direcção e chefias de primeira e segunda linha.
Em Portugal, a palavra coaching é muitas vezes utilizada de forma incorrecta e muitas empresas têm-na utilizado em substituição do termo consultoria.
Os dois conceitos são no entanto muito diferentes: O coaching torna os profissionais mais fortes, mais capazes e produtivos, transformando-os em executivos altamente valiosos para as organizações.
A consultoria por seu lado é um serviço de aconselhamento, contratado pela empresas e que visa identificar problemas e construir e implementar soluções para os mesmos. Tipicamente é fornecido por empresas especializadas na matéria.
Existindo também a figura de consultor interno, normalmente encontramos nas organizações a figura do Consultor Externo.
Os consultores externos (ao contrário dos internos) gozam de um grande imparcialidade, uma vez que o seu trabalho não é condicionado por factores internos.
Muitas vezes o serviço de consultoria implica ou pode implicar sessões de aconselhamento ou diagnóstico individual de funções dentro da organização, e talvez por isso seja por vezes confundido com o conceito clássico de “coaching”.
Podemos contudo, adoptar/ criar agora um novo termo, o “coaching organizacional” se pretendermos transpor para as organizações, as metodologias e os objectivos desta técnica.
Cada gestor pretende tornar a sua empresa mais forte, mais capaz e produtiva, tornando-a altamente valiosa para os seus clientes e colaboradores.
Partindo então deste pressuposto, podemos então transpor as ferramentas e conceitos do coaching para a organização.
Ao tornarmos os serviços prestados em algo valioso para o cliente, fornecendo algo que o torna mais eficiente e produtivo, os mesmos irão olhar para o fornecedor como um parceiro, um team player e como tal verdadeiramente imprescindível para a organização.
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